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ברוך ה"ה







giovedì 1 dicembre 2011

"Buona Fortuna" ou, Enxergue e Decida!


"BUONA FORTUNA" ou, ENXERGUE E DECIDA!

Eis uma expressão, em italiano, que merece cuidado quando traduzida, sobretudo, para o português. O que se encontra nas traduções é “boa sorte”. Mas, a palavra sorte tem aquele sentido de algo que se espera, no futuro, especialmente de bom. As expressões “boa sorte” e “buona fortuna” são diametralmente opostas e, portanto, uma não pode ser a tradução da outra.

"Buona fortuna" é expressão de proatividade! Boa sorte, ao contrário, é de passividade!

Em “boa sorte” deixamos nas mãos do futuro, quero dizer, do futuro incerto, do futuro do qual se espera alguma coisa, o resultado de um “bom” desejo. Em outras palavras, o futuro, então personificado, portador de coisas boas ou más, deve ser convencido a deixar para nós mesmos ou para quem desejamos “boa sorte”, apenas as coisas boas! Nada de responsabilidade, nada de construção, nada de sabedoria (discernimento), mas, ao contrário, tudo entregue nas mãos deste estranho ser chamado futuro!

Por outro lado, a expressão “buona fortuna”, pressupõe algo mais humano, mais concreto, mais responsável a partir de decisões – é ação consciente! Dizer “buona fortuna” para alguém (ou para nós mesmos) significa lembrar – ou fazer lembrar – que a vida não é feita de destinos românticos, bobinhos, infantis, que nada está escrito nas estrelas (exceto o que das estrelas, fisicamente, disser respeito) e que o futuro não é um ser pensante ou humanizável. O futuro não é. Ou seja, não há futuro – há presente!

E, assim, o presente, quero dizer, este movimento da vida e de tudo que a cerca, é um “devir”, um estado de movimento transformador e continuado, mas que está fora de qualquer plano, projeto ou mapa “astral” previamente definido! A vida é!

Por isso mesmo, podemos decidir, julgar, sopesar, pensar (do latim “sopesare”, que significa “colocar em pratos da balança”). Podemos agir na medida das nossas forças e do tanto que enxergamos! A “buona fortuna” deveria ser traduzida em português por “aproveite a ocasião” ou, “enxergue o que está” e “decida”!

Tentar encontrar um futuro que possa “trazer” um presente é perder o tempo vital, gastar energias, abrir o tanque e deixar cair por terra o combustível de que precisamos! É estar constantemente em passividade e, no mais das vezes, tornar-se um súcubo.

O futuro não é! O presente é!

Nada pode alterar ou modificar o que não é, o que não está, o inexistente (nem rezas, nem pensamentos, nem orações – nada!). Mas o que é, digo, o presente, pode ser conforme o que enxergamos e, como decidimos!

“Buona Fortuna” é este alerta de dupla face. A primeira que haverá um momento de enxergar e decidir. A segunda de que para enxergar e decidir é preciso estar preparado.

Se não sabe mergulhar, não mergulhe! Se não sabe voar, não voe! Se não estiver preparado, não enfrente! Se não sabe falar, não fale! Se desconhecer um fato, não julgue! Pois, ao mergulhar, voar, enfrentar, falar e julgar de modo despreparado, o resultado será uma grande frustração, desespero e morte da oportunidade. Para enxergar no sentido amplo é preciso, antes de mais nada, exercitar os sentidos – todos os sentidos! O despreparo pode levar ao erro, ao desvirtuamento da realidade, a um estado de incapacidade, de falta de discernimento!

Primeiro o preparo, o exercício, o fortalecimento, inclusive e, desde logo, dos sentidos. Depois, a capacidade de processar o resultado dos sentidos, dar forma, peso, cheiro, audição, visão, sabor, tudo isso de modo orgânico! Abrir os olhos e aprender a enxergar, discernir, separar, considerar, para, enfim, aproveitar as oportunidades – presentes!

Estar despreparado para enxergar e, portanto, para decidir, é a mesma coisa, em termos de resultado, que o desejar “boa sorte”. É passar ao lado daquela oportunidade e não percebê-la!

A sabedoria, digo, o discernimento valorativo (que não é dom nem iluminação) de tudo que nos cerca e de tudo que se apresenta, é um estágio do caminho em que alguém é preparado, desde o berço, passando pelas carteiras escolares e universitárias, pelas experiências da vida, pela constante observação para, enfim, com clareza e percepção afinada, decidir, simplesmente decidir e assumir o resultado de um julgamento.

"Buona Fortuna" a todos!

29 Novembro, 2011

© Pietro Nardella-Dellova, Professor de Direito na Universidade Federal Fluminense e na FDDJ, Consultor, Mestre em Direito pela USP e Mestre em Ciência Religiosa pela PUC/SP. Pós-graduado em Direito Civil e em Literatura. Formado em Direito e em Filosofia. Autor de vários livros, entre os quais, A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS, 2009 (Livraria Cultura)
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