INVIOLÁVEL INTIMIDADE
Ninguém tem o direito de imiscuir-se na vida sexual de uma outra pessoa e, muito menos, invadindo-a, dizer o que pode -
ou não, ser feito. Nem o legislador, nem o administrador, nem o juiz, nem o delegado de polícia, nem o apóstolo, nem o profeta, nem o padre, nem o pastor, nem o bispo, nem o arcebispo, nem o pai de santo, nem o rabino, nem o mulá, enfim, ninguém.
Não é um assunto para lei (que já criou - e cria, monstros jurídicos) nem para o judiciário e, muito menos, para os religiosos (estes últimos são os menos competentes e ilegítimos para o assunto já que conhecem apenas a repressão, a intimidação e a humilhação, sendo estes, também, os criadores do pecado, da violência sexual e do enxofre com o qual ameaçam o mundo e ofendem a inteligência e dignidade humanas).
A vida sexual de uma pessoa interessa apenas a essa pessoa (e com quem ela se relacionar) e é, sem dúvida alguma, o último espaço e território que mantêm uma pessoa livre, liberta, libertária e humana! Permitir-se à legalização, à judicialização, à repressão, à intimidação e à humilhação sexual é, de fato, permitir-se morrer completamente!
Pietro Nardella-Dellova, 2014
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(trecho de uma palestra que eu proferi no Congresso Internacional de Direitos Humanos, Florianópolis)
foto: de Willy Ronis
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