GOVERNO BOLSONARO: AGORA, SIM, HÁ UMA IDEOLOGIA BRASIL(EIRA)
por Pietro Nardella-Dellova
Não havia, nem jamais houve, qualquer "ideologia" marxista nos governos de Sarney (Arena/MDB), Collor (PR), Itamar (PMDB), FHC (PSDB), Lula (PT) e Dilma (PDS/PT) (todos posteriores à Ditadura Militar). Também não havia qualquer ideologia marxista nos governos JK, Jânio Quadros e Jango (anteriores à Ditadura Militar). Enfim, o Brasil nunca foi comunista ou socialista, mas sempre capitalista e um anão em políticas sociais. Afirmar isso, que o Brasil tenha sido comunista ou socialista, é sinal de ignorância, osmose midiática e babaquice (por favor, poupem-me dessa besteira)!
Os governos Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma, está claro para qualquer pessoa minimamente informada, foram governos mais liberais (com maior ou menor incidência de políticas sociais e públicas). Por exemplo, os governos FHC, Lula e Dilma, sempre liberais, promoveram mais políticas sociais e públicas, exatamente porque cumpriram os dispositivos da Constituição Federal, da Convenção Interamericana e dos dois Pactos Internacionais de 1966 (Sistemas Local, Regional e Global de Direitos Humanos). Aliás, diga-se ainda, que os dois governos Lula foram muito mais atraentes para o sistema financeiro que o próprio governo tucano de FHC. Se o FHC, Lula e Dilma tivessem sido "comunistas", estariam no poder até hoje, os militares estariam presos (ou fuzilados), e as igrejas pentecostais e neopentecostais jamais funcionariam tão aberta e criminosamente como funcionam!
Os militares (da Ditadura Militar) adotaram a ideologia nacionalista terceiro-mundista (e bem latino-americana) com colorido cocacolizado (submissão total à vontade dos Estados Unidos). No caso dos governos FHC, Lula e Dilma, ao contrário do que se prega (por ignorância ou má-fé), houve uma quebra com ideologias e abertura a todos os grupos, diversidades e pluralidades, como deve ser.
O novo governo, Bolsonaro (PSL e outros resíduos partidários), tem uma ideologia? Sim, a ideologia neopentecostal de domínio, abuso, alienação e unidimensionalidade religiosa. Uma rápida, (e despretensiosa) olhadela para o quadro ministerial de Bolsonaro já dá uma perspectiva (para qualquer um que saiba a relação de causa e efeito) do que sucederá nos próximos anos.
São tempos que requerem muita inteligência, clareza e abertura para a compreensão daquilo que se instalou como "governo".
(Pietro Nardella-Dellova, é Judeu-Italiano (ebreo), originário do Ghetto do Lazio, Italia. Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal, Rio de Janeiro. Mestre em Direito pela USP, Mestre em Ciência da Religião pela PUC/SP, Pós-graduado em Direito Civil e Literatura, Graduado em Direito e Filosofia. Professor de Direito desde 1990, e autor de vários livros. Associado ao Gruppo Martin Buber, de Roma, para o Diálogo entre Israelenses e Palestinos; Membro da "Accademia Napoletana per la Cultura di Napoli, Napoli". Membro do Conselho de Notáveis da OAB de Santa Catarina, Membro da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB de São Paulo, Pesquisador da PUC/SP em Direitos Humanos e Judaísmo)
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