FILOSOFIA
Assumi, faz poucos dias, uma Turma na Faculdade de Psicologia, para lecionar Filosofia. O Curso tem a nota mais alta no MEC, e a galera estudantil é quase toda saída do Ensino Médio, com muita informação e formação substancial. Já falamos sobre processos de Comunicação, Filosofia e Literatura, Filosofia e Política e da própria Psicologia como teoria de resistência.
Além de Direito Civil (que mantenho), já venho lecionando a matéria de Filosofia (ou afins) nos Cursos Jurídicos, desde 1990. Neste caso, para formar Operadores do Direito (e uns poucos, pouquíssimos, Juristas). É uma luta insana essa de desconstruir a coisificação e desfazer a impermeabilização que marcam a cabeça do Estudante de Direito e, nos casos de Pós-graduação, caracterizam-na. O Estudante de Direito, na graduação, geralmente quer saber como conseguir ganhar dinheiro, em Advocacia ou em Cargos Públicos, sobre (e da) sociedade oprimida e miserável. Na Pós-graduação, quer saber como ganhar ainda mais dinheiro! São cabeças assumidamente coisificadas e almas impermeabilizadas!
No caso dessa Turma do Curso de Psicologia, a Filosofia é um pouco diferente, pois não é uma matéria relegada ao desprezo do conjunto das chamadas Propedêuticas (geralmente tratadas como insuportável custo pelas Instituições de Ensino Jurídico). Trata-se da Filosofia como elemento criador e crítico que gerou, entre outros conhecimentos, o da própria Psicologia. Ademais, assumir essa Cadeira me trouxe um certo prazer acadêmico e político, pois nunca, nunca mesmo, essa sociedade na qual atuo, precisou tanto de psicólogos, muito mais, muitas vezes mais, que de "operadores" do Direito.
NOTA IMPORTANTE
Nos Cursos de Direito, os estudantes não vêem a hora da aula de Filosofia terminar, e dar lugar para Direito Civil e Direito Penal. No caso dessa nova Turma, os estudantes se despedem dizendo coisas de amor e, sem qualquer vergonha, esperando a próxima semana. Naquele caso, a maioria dos Estudantes quer saber onde fica o bolso do seu cliente; Neste caso, todos e todas querem saber onde fica o coração da pessoa humana com a qual atuarão. Razões e razões.
Pietro Nardella-Dellova
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