alla Filosofia Dialogica, Letteratura, Relazioni Internazionali, Scienze Interculturali, Diritti Umani, Diritto Civile e Ambientale, Pubblica Istruzione, Pedagogia Libertaria, Torah, Kabballah, Talmude, Kibbutz, Resistenza Critica e Giustizia Democratica dell'Emancipazione.



ברוך ה"ה







venerdì 9 marzo 2018

JESUS, HOJE! (por Pietro Nardella-Dellova)

JESUS, HOJE!

Hoje, pela manhã, após uma aula de Direito Civil, um aluno (um bom aluno), abordou-me no corredor e fez a seguinte pergunta:

- Professor, o senhor sendo Judeu, poderia me dizer como seria Jesus hoje, e com quem ele andaria?

- Meu caro, vou falar de Jesus apenas porque ele era um Judeu. Bem, ele viveu como Judeu e morreu como Judeu... Jesus seria moreno, barbudo, narigudo, as unhas meio sujas, algum resíduo de pão no meio dos dentes, anarquista, libertário, usaria calças jeans, botas, talvez (eu disse: talvez!) uma Kipá e Tsitsit, camiseta branca meio encardida (sem quaisquer temas estampados), viveria trocando beijos e afagos públicos com sua mulher (ou, uma delas!) e, também, com amigos. Andaria com putas (e com elas dançaria), e, também, com lésbicas, gays, travestis, terceirizados, aposentados, operários, periféricos, favelados, negros e refugiados. Defenderia (em certa medida) o aborto, o divórcio e quaisquer núcleos afetivos familiares, incluindo os poliafetivos e o amor livre; sentiria enjoo em ver uma Bíblia na sua frente (sobretudo, de capa preta, e com notas idiotas de rodapé), falaria palavrões (em certa medida) contra a Bancada Evangélica, Ruralista e da Bala, não frequentaria quaisquer cultos religiosos (muito menos, neopentecostais!) e defenderia, na condição de Judeu - que sempre foi, o direito de palestinos e israelenses em ter seus espaços politicamente organizados. Enfim, Jesus seria hoje o que sempre foi, e viveria hoje como sempre viveu, com os  mesmos tipos de pessoas e com as mesmas ideias - libertárias...

O aluno, após minha exposição, ficou com os olhos sem brilho, bem apagados, tipo peixe morto, sem qualquer expressão de vida, atônito, desconfortável, muito desconfortável - e, virando-se, meio "drogado", para ir-se embora, ainda achou alguma energia para responder-me: 

- Professor, me desculpe, mas o senhor é um pagão!

Sorri, com um incontido sorriso, esbocei cara de satisfação profunda, e fui roubar um café na sala dos professores...

[Pietro Nardella-Dellova] 

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