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ברוך ה"ה







martedì 1 novembre 2011

BACIMILLEBACI ou, PORQUE HÁ MULHERES QUE PORTAM A LUA (por Pietro N-Dellova)


BACIMILEBACI ou, PORQUE HÁ MULHERES QUE PORTAM A LUA
Pietro Nardella-Dellova

Há mulheres que são amadas. Mas, há aquela mulher muito amada - amada assim, de fotografar, de voar, de transpirar noite adentro. Amada de cantar e dançar, amada de não compreender, amada de gemer à distância, amada de resmungar. Amada de sorrir – e rir, gargalhar. Amada de não descansar. Amada na varanda, amada na cobertura, amada no sofá, amada no banquinho, amada à direita da cama, amada à esquerda da cama, amada aos pés da cama, amada ao lado da cama, amada sob a mesa, ao lado da mesa, na cadeira.

Há mulheres que são amadas intensamente. Mas, há aquela em que a intensidade é apenas um detalhe, porque ela tem o fio da feminilidade com o qual poetas não se perdem em seus labirintos!

Há mulheres que são amadas, tão amadas, que não importa qual o vinho que se leve à boca, elas serão sempre melhores. Porém, há aquela que por ser assim, tão mais amada, o vinho e a água se misturam em alquimia, porque é mulher que faz água na boca e vinho sob seus pés!

Há mulheres, muitas mulheres, mulheres amadas que cabem no bolso ou entre as páginas de um livro. Mas, há aquela que cria a sensação de que não cabe na eternidade, porque seus beijos acontecem apenas em cada um dos universos de cada pupila, de cada poro e de cada toque – é mulher-sol!

Então, são mulheres que se despem como se fizessem música, mas, há aquela que se despe na entrada (ou na saída) do aeroporto e nunca mais usa quaisquer tecidos, porque a ela foi dado o poder de ser música e poesia - a um só tempo. O poder de ir e vir, e de segurar na mão de deuses! Ela abre suas asas, seus lábios, seus olhos e vai escrevendo nas nuvens com o sopro de sua boca que existe um amor sem fim e um modo de amar sem fim, de um “tiamosenzafine” que mistura alguma nota de Piaf com a graça de Giorgia e a energia de Pausini...

Há mulheres com as quais amar significa, antes de tudo, dar sentido às letras, às notas, aos sons, aos parágrafos, aos paraísos. Mas, há aquela, assim, tão amada, que as letras, as notas, os sons, os parágrafos, vão se perdendo no paraíso da sua pele. Porque as mulheres amadas, as muito amadas, têm sua pele como tecido a ser beijado, mas, esta, além da pele a ser beijada, tem pintinhas, milhões de pintinhas, pintinhas que formam desenhos, e formam letras, e palavras, e caminhos. Pintinhas que levam aos seios, ao fogo, ao abdômen, às costas e, por isso mesmo, os beijos se multiplicam e se tornam uma bênção única e indecifrável!

Por isso mesmo aquelas mulheres amam, mas, esta, ama e abençoa, porque o seu amor é uma unção, um nascer, um curar, um colorir, um florir. Com aquelas se buscam flores e com esta planta-se um jardim!

Há, enfim, mulheres cujos beijos marcam como fogo em um instante. Mas, há aquela, cujo beijo não termina, beijo multiplicativo, beijo que une todos os cantos do mundo e os cantos da boca, beijos mil beijos em um, “beijosmilbeijos” que partem a terra ao meio!


Amazzonia, 22 novembre, 2010

© Pietro Nardella-Dellova é Escritor e Poeta. Professor de Direito Civil, Direitos Humanos e Literatura. Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pelo PPGSD/UFF. Pesquisador no Programa Stricto Senso, Capes, PROCRE/PUC-SP, Mestre em Direito pela USP e Mestre em CRe pela PUC/SP. Pós-graduado em Direito Civil e em Literatura. Formado em Direito e em Filosofia. Mestre na Sinagoga Scuola. Membro da UBE – União B. dos Escritores. Membro da Accademia Napoletana, Napoli. Autor dos livros AMO (89), NO PEITO (89), ADSUM (92), FIO DE ARIADNE (org/tex), A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS. Ed. Scortecci, 2009; ANTROPOLOGIA JURÍDICA: UMA CONTRIBUIÇÃO SOB MÚLTIPLOS OLHARES (org./coautor), Scortecci, 2009. Coordenador da Revista de Direito Civil. 

Pintura: Iza Borgonovi Tauil , Rio de Janeiro


6 commenti:

Leila Uzzum ha detto...

Salve, DelLova! Que saudades, mestre!
Como é bom ver a mulher ser exaltada e reconhecida como ser sublime em seus textos.


Lindíssimo. Beijos

ANALUKAMINSKI PINTURAS ha detto...

Excepcionalmente belo este teu texto, caríssimo poeta Pietro!!! Adorei. Grata por nos ofertar tão primorosa e doce iguaria! Beijos alados!!!

ANALUKAMINSKI PINTURAS ha detto...

"Sem asas, ou seja, sem passione, as pessoas definham e perdem o canto. Especialmente a maioria dos homens, que têm medo psicanalítico de Freud e não resistem a cinco páginas de suas obras! Passam longe dele e sequer o mencionam, pois para ler Freud é preciso ter asas e senso de humanidade e, sobretudo, é preciso ter senso de si próprio! Voar é viver, mas, não para todos os homens! Todos não viverão nem voarão – apenas alguns. Porque para voar é preciso duas capacidades com habilidades expressivas. A primeira é ter asas! A segunda, é ver as asas de uma mulher e aprender a voar com ela, pois, somente a mulher pode ensinar o vôo a quem tiver asas. Se um homem souber ver asas em uma mulher, e se tiver as suas próprias asas, aprenderá com ela e voará alto e liberto. Mas, se tiver asas e for cego, suas asas serão sua mortalha e passará seus dias escondido entre arbustos edênicos, nomeando bichos, e terminará fazendo culto ao falo. Sim, o culto fálico é a condenação para quem não vôa, nem enxerga o vôo e, ao contrário, prefere se esconder nas cavernas de sua estupidez!"

"É no desenho feminino, nas asas femininas, na alma feminina e na intensidade feminina, que um homem pode ser homem completamente, com vôo, liberdade e alma! É ali, e apenas ali, que ele descobre o movimento da passione, o tempo, a experiência de voar e a vida na plenitude de uma gota de vinho."

(PIETRO N. DELLOVA)

Estive relendo este teu belíssimo texto, que publiquei em meu blog... e me detive nesta passagem. Tudo muito poético, apaixonado, verdadeiro e vibrante! Voemos, então, com coragem e passione, todos os dias! ABraços e beijos alados, caríssimo.

Daiane ha detto...

Salve, Poeta-Mestre!

Belíssimo texto, a sutileza que emprega as palavras alcançam a alma feminina, ou melhor, a traduzem.
Sentir o que vc escreve é se perceber despida, desvendada..., é fascinante. E como foi postado no dia de meu compleano tomo-o como presente. rsrs

Bacione

Unknown ha detto...

Solo una parola...SUBLIME

Isabel Bell ha detto...

Desvendar o universo feminino é para poucos, Pietro, só para quem olha com os olhos d'alma... Pintinhas no colo e nos seios revelam um caminho de estrelas que leva ao jardim da felicidade. Mas o mundo feminino, encantado e mágico, só assim se anuncia quando a mulher é amada e assim só pode ser com a presença insuperável e imprescindível do toque masculino, lua e sol, complementos naturais que não podem se prescindir... Um não é sem o outro... A mágica existe, está ali latente, presente, mas só se revela com o toque sutil do mágico...