alla Filosofia Dialogica, Letteratura, Relazioni Internazionali, Scienze Interculturali, Diritti Umani, Diritto Civile e Ambientale, Pubblica Istruzione, Pedagogia Libertaria, Torah, Kabballah, Talmude, Kibbutz, Resistenza Critica e Giustizia Democratica dell'Emancipazione.



ברוך ה"ה







martedì 20 marzo 2018

LEGADO JUDAICO, por Pietro Nardella-Dellova

LEGADO JUDAICO
(por Pietro N-Dellova)
Foi-me perguntado certa vez, e me recordei disso hoje ao dialogar com um Professor, se no Judaísmo "pregamos" alguma Teologia. À época respondi, e hoje reafirmei, que no Judaísmo não pregamos coisa alguma e que, no mais das vezes, sequer há uma Teologia. Aliás, sequer há um Theos (essa perturbação greco-romana!) em função do qual se possa realmente criar uma Teologia. Judaísmo é outra coisa!
Mas, se não pregamos coisa alguma, se não há realmente uma Teologia e, na perspectiva judaica, as "Forças da CrEação" (com "e" mesmo) não exigem qualquer tipo de propaganda e, muito menos, incentivo à "conversão", qual o legado judaico?
O primeiro, e talvez maior legado, é a responsabilidade com o processo de humanização, com os movimentos emancipatórios e, também, com os Direitos Humanos. A vida judaica, e o modo de ser judaico, não passam por "cartilhas", "catequeses" ou "escolas dominicais". Não se trata de "fé", mas de experiência histórica.
E, por isso mesmo, em face desta experiência histórica milenar quase sempre de caráter libertário, de quebra de correntes e de luta pela vida, cada Judeu carrega uma responsabilidade com a defesa inegociável de cada um dos mais simples direitos humanos (se é que podemos dizer que algum direito humano seja mesmo simples!). Para um Judeu defender qualquer bandeira "direitista" e "apoiar" qualquer fascistoide é preciso que tenha se esvaziado de uma tradição e esteja, não no sentido religioso, mas no sentido cultural, assimilado até os ossos de tudo o que não presta no mundo capitalista, capitalista financeiro, no comunismo autoritário e nacionalismos exterminadores.
Enfim, eu consigo negar qualquer "Força da CrEação". Eu consigo me opor a qualquer divindade. Eu consigo me recusar a falar de qualquer "Deus" ou, se quiserem, "D-us", mas, não consigo negar a escravidão do Egito, os Amalequitas, a Babilônia, os Medo-Persas, Hamã, os Romanos, A Igreja Católica (antissemita), Lutero (antissemita), os Pogroms, as Expulsões espanholas, as Perseguições luteranas, o Fascismo, o Nazismo, o Stalinismo... São estes fatos que me fazem "Judeu", e por conta deles, me posicionar como "Judeu"!
Não é apenas pelo direito do Judeu viver, mas pelo direito de qualquer pessoa viver, e viver na plenitude de sua humanidade - este é o legado judaico, e não uma qualquer Teologia! E, assim, para que qualquer pessoa viva, e viva na plenitude de sua humanidade, é na Esquerda (nunca na Direita!) que encontramos saída. O máximo que é permitido a um Judeu descer e ter como base, tendo em vista sua história, é no contexto dos Direitos Humanos (que não é a certeza de plena humanidade, mas um ponto de partida para todos e todas!).

[Pietro Nardella-Dellova]

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lunedì 12 marzo 2018

E ELAS DISSERAM "SIM" (por Pietro Nardella-Dellova)

E ELAS DISSERAM "SIM"
Recebi, hoje, de alguns amigos e amigas, a capa do Jornal "O Globo", com destaque para o casamento de duas mulheres, cuja cerimônia, judaica, aconteceu no Copacabana Palace.
Muitos questionaram o "dinheirão" gasto; outros, a ostentação e, lógico, muitos, a "moralidade" de tal casamento. Alguns (poucos, ainda bem), afirmaram ser uma "violência" contra a Tradição Judaica (trata-se de duas Judias se casando).
Algumas considerações (poucas, bem poucas).
1) Essa ideia de "Tradição Judaica" é tão confusa quanto outra ideia, a de "Povo Escolhido". Em Lógica, chamaríamos tais ideias de "obscuras" (não claras nem adequadas);
2) Na Antiguidade judaica, especialmente, a relatada na Torá, o que hoje chamaríamos de "pluriafetividade", "homoparentalidade", "família extensiva", "família recomposta", paternidade socioafetiva", "maternidade socioafetiva", eram bastante comuns.
3) A questão (bíblica) homossexual deve ser ao menos considerada para estudo, sobretudo, se considerarmos a relação bem próxima, afetiva (e quiçá, sexual), entre o Rei David e Jônatas (filho do Rei Saul, e seu adversário mortal). Por outro ângulo, considerado como Judeu, a relação, ao menos homoafetiva, entre Jesus e João (seu discípulo amado) deve também ser considerada, bem como o poliamor entre Jesus, Madalena e outras duas mulheres (a que foi quase apedrejada e aquela que, ajoelhada, lançou óleos aromáticos sobre as pernas, cabelos e pés de Jesus). Realmente tudo indica um amor muito especial entre Jesus e seu discípulo e, a considerar os relatos neotestamentários, ao menos duas, das três mulheres acima citadas, mantiveram relações íntimas e sexuais com Jesus (de Nazaré). Não se ofendam, disse que, ao menos, tudo isso deve ser considerado.
4) No Tanach (Torá, Profetas e Escritos), chamada pelos Cristãos de Bíblia, nada há que condene a relação (sexual) entre duas mulheres.
5) O casamento entre as duas mulheres, noticiado pelo "O Globo", só pode mesmo causar algum espanto para quem, preso até o cérebro, na cola asfáltica do preconceito e, também, na perversidade da homofobia, ainda quer julgar o mundo a partir de padrões subjetivos e pessoais de moralidade. Aos tais, fica um aviso (já antigo): o que realmente interessa, não é a moral ou o espanto, mas a Ética e o Direito. Quanto a isso, Ética e Direito, as duas mulheres estão tuteladas e protegidas pelo "Estado Democrático de Direito" e pelos "Direitos Fundamentais" e, em especial, pelo Artigo 5º, X, CF/88, que dispõe sobre a inviolabilidade da vida privada e íntima das pessoas. No caso delas, acrescentamos, ainda, o Amor e a busca pela Felicidade que marcam sua relação. Que sejam, então, felizes, e vivam o seu amor, sob as Bênçãos do Eterno.
NOTAL ESPECIAL
O que não deveria ser da Tradição Judaica, bem como da Tradição dos "seguidores" de Jesus (igualmente, Judeu) é a comunhão com poderosos, exploradores, escravagistas, roubadores de almas, especuladores financeiros e praticantes de fofocas, mexericos e maledicências (em hebraico: lashon hará). O Amor e o Amar, incluindo a experiência plena sexual, são de legado judaico (leiamos o Cântico dos Cânticos).
Pietro Nardella-Dellova

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venerdì 9 marzo 2018

JESUS, HOJE! (por Pietro Nardella-Dellova)

JESUS, HOJE!

Hoje, pela manhã, após uma aula de Direito Civil, um aluno (um bom aluno), abordou-me no corredor e fez a seguinte pergunta:

- Professor, o senhor sendo Judeu, poderia me dizer como seria Jesus hoje, e com quem ele andaria?

- Meu caro, vou falar de Jesus apenas porque ele era um Judeu. Bem, ele viveu como Judeu e morreu como Judeu... Jesus seria moreno, barbudo, narigudo, as unhas meio sujas, algum resíduo de pão no meio dos dentes, anarquista, libertário, usaria calças jeans, botas, talvez (eu disse: talvez!) uma Kipá e Tsitsit, camiseta branca meio encardida (sem quaisquer temas estampados), viveria trocando beijos e afagos públicos com sua mulher (ou, uma delas!) e, também, com amigos. Andaria com putas (e com elas dançaria), e, também, com lésbicas, gays, travestis, terceirizados, aposentados, operários, periféricos, favelados, negros e refugiados. Defenderia (em certa medida) o aborto, o divórcio e quaisquer núcleos afetivos familiares, incluindo os poliafetivos e o amor livre; sentiria enjoo em ver uma Bíblia na sua frente (sobretudo, de capa preta, e com notas idiotas de rodapé), falaria palavrões (em certa medida) contra a Bancada Evangélica, Ruralista e da Bala, não frequentaria quaisquer cultos religiosos (muito menos, neopentecostais!) e defenderia, na condição de Judeu - que sempre foi, o direito de palestinos e israelenses em ter seus espaços politicamente organizados. Enfim, Jesus seria hoje o que sempre foi, e viveria hoje como sempre viveu, com os  mesmos tipos de pessoas e com as mesmas ideias - libertárias...

O aluno, após minha exposição, ficou com os olhos sem brilho, bem apagados, tipo peixe morto, sem qualquer expressão de vida, atônito, desconfortável, muito desconfortável - e, virando-se, meio "drogado", para ir-se embora, ainda achou alguma energia para responder-me: 

- Professor, me desculpe, mas o senhor é um pagão!

Sorri, com um incontido sorriso, esbocei cara de satisfação profunda, e fui roubar um café na sala dos professores...

[Pietro Nardella-Dellova] 

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O ALUNO DE DIREITO QUE É TAMBÉM UM PEDREIRO! (por Pietro Nardella Dellova)



O ALUNO DE DIREITO 
QUE É TAMBÉM UM PEDREIRO!

Assumi uma turma de Primeiro Semestre, com Direito Civil. Foi o primeiro dia de aula, e, logo na primeira Carteira, um Estudante, diria, um jovem senhor (talvez, uns 45 anos), mostrava-se radiante, sorriso largo, olhos vívidos. Depois que comecei a expor as bases do meu Direito Civil-Constitucional ele não se conteve, e disse: 

- É isso, Professor, é isso, estou emocionado com tudo isso. 
- Com o que exatamente, meu caro?
- Ouvir o senhor, estar aqui nesta Carteira, era meu sonho cursar Direito...
- Que bom, fico feliz com isso...
- Professor, eu preciso tirar uma foto e mandar para minha mãe, para ela ver que estou aqui, ela mora no Ceará, e nem pode imaginar que estou fazendo Direito. 
- E você trabalha em quê, meu caro?
- Sou pedreiro, Professor...
E foi-se uma semana... No segundo encontro, o aluno - também pedreiro,  trouxe vários livros que comprou no sebo, e pediu que eu visse e dissesse algo sobre os livros. Ainda ele estava radiante... Disse-me:

- Professor, estou tão orgulhoso, tão feliz, o senhor não sabe o que significa para mim poder estudar aqui... estou honrado em ter o senhor como Professor...
- Eu imagino, meu caro, eu imagino. Mas, eu estou
honrado em ter você por aqui. Você traz dignidade para esta Casa do Direito. E, guarde o que vou lhe falar: o Direito precisa mesmo de pedreiros, de construtores, de gente que sabe o que é construir uma casa, o que é construir uma ponte, o que é construir um caminho, enfim, o Direito precisa mesmo de gente digna, como você, e, sobretudo, de gente que pretende fazer a própria mãe feliz...

Ele saiu, com olhos lacrimejantes. Eu saí, com olhos lacrimejantes...

(Pietro Nardella-Dellova) 

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lunedì 5 marzo 2018

QUANDO O ANTISSIONISMO É ANTISSEMITISMO E O SIONISMO É ANTI-ISLAMISMO (por Pietro Nardella-Dellova)

QUANDO O ANTISSIONISMO É ANTISSEMITISMO E O SIONISMO É ANTI-ISLAMISMO
Há um tipo de antissionismo por parte de árabes e de palestinos que, no exato contexto político, econômico e histórico, até se explica e se justifica. É admissível, ou seja, dá para dialogar. Mas, quando essa bandeira do antissionismo é levantada por qualquer um sem qualquer consideração crítica, especialmente os de fora, tenho visto - e parece indiscutível, tratar-se de antissemitismo (ódio e repulsa aos Judeus). Há grupos que, por osmose ou falta de conhecimento, defendem e abraçam o antissionismo, e, realmente, não disfarçam mais seu antissemitismo. Por isso mesmo, muitos desses antissionistas atacam Judeus em qualquer parte do mundo. É muito pouco dizer-se antissionista apenas para defender palestinos; é preciso dizer, e demonstrar, que tipo de antissionista se predente ser!
Por outro lado, há vários que se dizem "sionistas" ou defensores do "sionismo" e, da mesma forma, quase não conseguem esconder seu ódio e desprezo por árabes e muçulmanos. São, na verdade, anti-árabes e anti-islâmicos (ódio e repulsa por Árabes e Muçulmanos). Por isso mesmo, muitos desses sionistas atacam árabes e muçulmanos em qualquer parte do mundo. Mas, há sionismos em termos históricos e políticos que podem ser trazidos para a mesa do debate. É muito pouco ser sionista apenas para defender israelenses; é preciso dizer, e demonstrar, que tipo de sionista se pretende ser.
Enfim, há um limite para a criticidade proativa e construtiva, há um limite para se defender ideias, propor, contestar e até bater na mesa. Porém, ficar de um lado ou de outro, sem qualquer ponderação, demonstra apenas os ódios represados, os rancores sonoros, o antissemitismo (ódio e repulsa aos Judeus), o anti-islamismo ou anti-arabismo (ódio e repulsa a Muçulmanos e Árabes) e, desde logo, a antessala do extermínio.
Pietro Nardella-Dellova
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PRIMEIRA AULA OU, O PORQUÊ DOS DIREITOS HUMANOS (por Pietro N-Dellova)

O PORQUÊ DOS DIREITOS HUMANOS

Na primeira aula de Direitos Humanos, logo nos primeiros minutos, eu disse aos Estudantes:

Senhores e senhoras Estudantes, algumas coisas não sossegam nem morrem jamais, a saber, a exploração do homem pelo homem, o esmagamento das minorias, o desprezo pela mulher (e ao que se referir à mulher) e o fascismo (de qualquer governo e ideologia). São perpétuos! Por isso mesmo, não podem sossegar nem morrer os Sistemas de Direitos Humanos. Trata-se, não da melhor arma, mas da que temos à mão, para uma diuturna resistência e incansável luta, digo resistência e luta perpétuas!


E, assim, foi-se a primeira aula...


Pietro Nardella-Dellova


 

domenica 4 marzo 2018

LUTAS E PARCERIAS NA LUTA (por Pietro N-Dellova)


LUTAS E PARCERIAS NA LUTA

Na luta contra o fascismo, antissemitismo, anti-islamismo, nazismo, stalinismo, autoritarismo, intolerância religiosa, misoginia, machismo, femismo, racismo, militarismo, exploração, violência contra diversidades sexuais, e destruição de direitos sociais, vale a solidariedade de quaisquer pessoas inteligentes e humanistas. Não é uma bandeira exclusivamente da esquerda. Seria muita pretensão e arrogância da esquerda afirmar isso.

Aliás, contra tudo isso, qualquer força proativa e emancipatória é bem-vinda, porque o pensamento diverso, no contexto democrático, é possível suportar e transformar em objeto de diálogo e debates. Mas, o fascismo, o antissemitismo, o anti-islamismo, o nazismo, o stalinismo, o autoritarismo, a intolerância religiosa, a misoginia, o machismo, o femismo, o racismo, o militarismo, a exploração, a violência contra diversidades sexuais, e a destruição de direitos sociais, são atos-fatos insuportáveis. Neste caso, não se trata de pensamento, mas de ação destrutiva.

Pietro Nardella-Dellova

UM POUCO DE SENSO CRÍTICO (por Pietro Nardella-Dellova)

UM POUCO DE SENSO CRÍTICO

Testemunhamos um momento "mundial" em que os processos de fascistização reaparecem, crescem e atuam desavergonhadamente. E, pior, encontram uma "esquerda" adoecida, infantil, empobrecida e muito desinformada.

E, para que se registre uma vez mais, devo relembrar que qualquer esquerda que procura, ou precisa, de líderes e cabeças hierárquicas - ou que entrega sua tradição nas mãos de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, é tão vagabunda, tão inúltil, tão miserável, quanto sói acontecer historicamente com a direita.

Ah, sim, para os desinformados ou entupidos de memes babacas, lembro que Marx não é marxismo, que Stalin nada tem a ver com Marx, que a Venezuela , China e Coreia do Norte não são Marx. E, sobretudo, que Marx não é o único cérebro que pensou a esquerda e os movimentos emancipatórios, embora seja, como qualquer outro honesto pensador, uma respeitável referência econômico-filosófica, estudado nas melhores Universidades do mundo (capitalista).

Pietro Nardella-Dellova
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SE ESTA SOCIEDADE FOSSE DECENTE E ÉTICA... (por Pietro N-Dellova)

SE ESTA SOCIEDADE FOSSE DECENTE E ÉTICA...

Se esta sociedade fosse realmente decente e ética, bem como civilizada, não deveria ser necessário que onze Juízes, Ministros do STF, decidissem sobre "relações amorosas, afetivas e de núcleos familiares, entre os quais, as Uniões Homoafetivas", ou sobre "tatuagem sobre o corpo de uma pessoa" e, muito menos, sobre a indecência do "auxílio-moradia" para Juízes.

A própria sociedade deveria saber, fosse decente e ética, que cada qual vive o amor e a relação amorosa que bem entender, que cada corpo é individualíssimo e inviolável (inclusive inviolável por sentenças!). Os próprios Juízes deveriam saber (refiro-me aos que fingem não saber), fossem éticos e decentes (refiro-me a muitos, não todos), que o auxílio-moradia é uma violência até mesmo para o "cérebro" de um bigato!

Uma pessoa minimamente evoluída não cuida das relações de outrem, não se importa com o corpo de outrem e não precisa, por óbvio, que alguém lhe diga que certos privilégios manifestam inequivocamente a patifaria e velhacaria de uma sociedade de exploradores e explorados, espertalhões e estelionatários.

Pietro Nardella-Dellova

gli emigrati italiani in Belgio che risalgono da una miniera dopo un turno di 15/18 ore...


foto: gli emigrati italiani in Belgio che risalgono da una miniera dopo un turno di 15/18 ore...

Marcinelle, 1912

JESUS vs CONSTANTINO, por Pietro Nardella-Dellova


 JESUS vs CONSTANTINO

O fulano se diz seguidor de Jesus, e vota no Bolsonaro, ou votou em seus ícones inspiradores, seus modelos: Mussolini, Hitler, Trump. O sicrano se diz seguidor de Jesus e condena gays e lésbicas ao abismo social e, se deixar, ateia fogo sobre os corpos de tais pessoas. O beltrano se diz seguidor de Jesus, e fica todo feliz com a ideia de intervenção militar.

Seria melhor, os fulanos, sicranos e beltranos se revelarem desde logo seguidores, não de Jesus, mas de Constantino (e respectivos), porque tais comportamentos - e opções, não têm nada a ver com Jesus, ao menos nada a ver com o Jesus que comia com as putas, o Jesus dos leprosos, dos trabalhadores, dos pobres, dos excluídos, dos doentes, das viúvas, dos órfãos, dos famintos, dos rasgados e dos milhares de condenados ao madeiro, sendo ele um deles (exatamente por rebelião contra a intervenção militar romana na Judeia!).

Pietro Nardella-Dellova

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FILOSOFIA NA PSICOLOGIA, por Pietro Nardella-Dellova


FILOSOFIA

Assumi, faz poucos dias, uma Turma na Faculdade de Psicologia, para lecionar Filosofia. O Curso tem a nota mais alta no MEC, e a galera estudantil é quase toda saída do Ensino Médio, com muita informação e formação substancial. Já falamos sobre processos de Comunicação, Filosofia e Literatura, Filosofia e Política e da própria Psicologia como teoria de resistência. 

Além de Direito Civil (que mantenho), já venho lecionando a matéria de Filosofia (ou afins) nos Cursos Jurídicos, desde 1990. Neste caso, para formar Operadores do Direito (e uns poucos, pouquíssimos, Juristas). É uma luta insana essa de desconstruir a coisificação e desfazer a impermeabilização que marcam a cabeça do Estudante de Direito e, nos casos de Pós-graduação, caracterizam-na. O Estudante de Direito, na graduação, geralmente quer saber como conseguir ganhar dinheiro, em Advocacia ou em Cargos Públicos, sobre (e da) sociedade oprimida e miserável. Na Pós-graduação, quer saber como ganhar ainda mais dinheiro! São cabeças assumidamente coisificadas e almas impermeabilizadas!

No caso dessa Turma do Curso de Psicologia, a Filosofia é um pouco diferente, pois não é uma matéria relegada ao desprezo do conjunto das chamadas Propedêuticas (geralmente tratadas como insuportável custo pelas Instituições de Ensino Jurídico). Trata-se da Filosofia como elemento criador e crítico que gerou, entre outros conhecimentos, o da própria Psicologia. Ademais, assumir essa Cadeira me trouxe um certo prazer acadêmico e político, pois nunca, nunca mesmo, essa sociedade na qual atuo, precisou tanto de psicólogos, muito mais, muitas vezes mais, que de "operadores" do Direito.

NOTA IMPORTANTE 

Nos Cursos de Direito, os estudantes não vêem a hora da aula de Filosofia terminar, e dar lugar para Direito Civil e Direito Penal. No caso dessa nova Turma, os estudantes se despedem dizendo coisas de amor e, sem qualquer vergonha, esperando a próxima semana. Naquele caso, a maioria dos Estudantes quer saber onde fica o bolso do seu cliente; Neste caso, todos e todas querem saber onde fica o coração da pessoa humana com a qual atuarão. Razões e razões.  

Pietro Nardella-Dellova 

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giovedì 1 marzo 2018

BRASIL, UM PAÍS MISERÁVEL COM PRECONCEITO LINGUÍSTICO: MORO E A LÍNGUA PORTUGUESA! - por Pietro Nardella-Dellova

Resumo da Semana: BRASIL, UM PAÍS MISERÁVEL COM PRECONCEITO LINGUÍSTICO!
por Pietro Nardella-Dellova
Enviaram-me, aliás, marcaram meu perfil, em um meme/post (sei lá o quê) sobre o sr. Moro. No meme/post, demonstrava-se uma grande "preocupação" com o uso equivocado da gramática pelo mesmo Moro (em certo programa de televisão). Na sua fala, Moro usou "haviam" quando o correto é "havia"; "câmera dos deputados" no lugar de "câmara dos deputados". Ainda, o meme/post colocava uma "grande" dúvida sobre a legitimidade do "doutorado" de Moro que, segundo o mesmo meme/post, fora realizado em "apenas" três anos.
Vejam. Essa coisa quase cocô, porque é uma coisa quase cocô, é o meio pelo qual muitos (muitos!) encontram a oportunidade de atacar Moro. É briga de bigatos! Por quê? Porque o uso do "haver" errado, ou de equívocos quanto a "câmera" ou "câmara", não faz realmente Moro se tornar um ser desprezível.
O brasil(eiro), de forma geral, não conhece a sua própria Língua. Moro é brasil(eiro), logo, Moro não conhece a própria Língua. Isso não o torna desprezível, mas igual aos seus compatriotas.
Fizeram o mesmo com Dilma Rousseff, que é uma péssima oradora (e, não obstante, muito gente e digna!). E, basta um comentário de Merval Pereira (dele que é estranhamente Membro da ABL - Academia Brasileira de Letras), seja na CBN ou na Globo News, para descobrirmos o que é realmente falar muito mal (ou mau?), sobretudo ele que não consegue a mínima coerência (e aderência) entre a ideia e a fala. Por último, Lula, o sindicalista, ex-presidente, atual candidato (em estado de condenação lavajatista) fala mal (e fala mau também!), embora fale melhor do que muitos da Academia e da Universidade, e muitas vezes melhor que seus pares sindicalistas. Um pouco mais. Ainda que gramaticalmente correto, inclusive com uso de pronomes de tratamento, os srs. Gilmar Mendes e Luis Barroso formam a dupla de Ministros "despirocados" na comunicação - um e outro não valem meio minuto quando se ofendem, porque ambos ofendem, na verdade, a inteligência jurídica, embora agradem, e muito, a cérebros futebolísticos, medíocres, noveleiros e churrasqueiros!
Isso tudo tem um nome: preconceito linguístico! É o arrotador gramatical falando mal (ou mau?) de outro arrotador gramatical.
O sr. Moro, saberemos no futuro bem próximo, será condenado por violar preceitos constitucionais, não a Gramática. O sr. Lula, ficará um tanto mal com a Esquerda, não porque tem sotaque nordestino ou porque seja titular ou possuidor do tríplex - o que não foi provado de modo algum, exceto pela fala indecente dos lavajatistas (até uma minhoca sabe disso!). Dilma tropeçará por ter fraquejado diante de Eduardo Cunha, não porque fala mal (ou mau?) e, muito menos, por ter dado pedaladas fiscais, que não deu (até os vermes da terra sabem disso!). Quanto ao doutorado de Moro... é melhor não tratar disso agora...porque eu partiria para a ofensa sem base gramatical...
Tudo isso é, realmente, o quadro de um país miserável, miserável até os ossos, em qualquer área e atividade, mas que se excita em condenar alguém pela fala ou uso errado do verbo "haver".
NOTA:
Por gentileza, não me enviem memes, nem marquem meus perfis, em montes de cocôs, fofocas, pornôs e pedidos de casamento! Tenho coisa mais séria para ler, tratar e gozar!
(Pietro Nardella-Dellova)

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