SEM MARGENS
(trecho)
[...]
E ela vai - e ela voa - como quem deixa homens idiotas cultuando seus próprios órgãos, como quem conduz o mundo apenas pelo sussurro... Por isso mesmo, plena da virtude feminina e da experiência dialógica, da delícia poética, fortalecida pelas vozes e páginas iluminadas, completa dos sentidos descobertos, essa mulher, absoluta, abre suas asas ao sol.
Não como as aves que ciscam buscando vermes na lama nem como passarinhos de enfeite que se permitem, engaiolados, trocar liberdade por ração, enquanto satisfazem o ego pervertido de seus donos.
Não! A mulher após os trinta abre suas asas como águias que rasgam nuvens, sobrevoam mares e dominam o mundo, apenas com um olhar preciso e um canto ameaçador.
Como águia, essa mulher habita as rochas mais altas!
E, apenas ao aparecimento da sombra de seu talhe voando, os ratos e cobras voltam para os seus buracos na terra e, ofegantes, os veadinhos correm desesperados pulando troncos e plásticos no mato!
[...]
Pietro Nardella-Dellova. In “da mulher em movimento sem margens”. Trecho do livro A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS. Scortecci/Cultura. 2009, pág. 276 (disponível pela Livraria Cultura)
* immagine dell'Opera meravigliosa dell'artista Ana Luisa Kaminski
E ela vai - e ela voa - como quem deixa homens idiotas cultuando seus próprios órgãos, como quem conduz o mundo apenas pelo sussurro... Por isso mesmo, plena da virtude feminina e da experiência dialógica, da delícia poética, fortalecida pelas vozes e páginas iluminadas, completa dos sentidos descobertos, essa mulher, absoluta, abre suas asas ao sol.
Não como as aves que ciscam buscando vermes na lama nem como passarinhos de enfeite que se permitem, engaiolados, trocar liberdade por ração, enquanto satisfazem o ego pervertido de seus donos.
Não! A mulher após os trinta abre suas asas como águias que rasgam nuvens, sobrevoam mares e dominam o mundo, apenas com um olhar preciso e um canto ameaçador.
Como águia, essa mulher habita as rochas mais altas!
E, apenas ao aparecimento da sombra de seu talhe voando, os ratos e cobras voltam para os seus buracos na terra e, ofegantes, os veadinhos correm desesperados pulando troncos e plásticos no mato!
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Pietro Nardella-Dellova. In “da mulher em movimento sem margens”. Trecho do livro A MORTE DO POETA NOS PENHASCOS E OUTROS MONÓLOGOS. Scortecci/Cultura. 2009, pág. 276 (disponível pela Livraria Cultura)
* immagine dell'Opera meravigliosa dell'artista Ana Luisa Kaminski
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